quarta-feira, 11 de março de 2015

Sobre chuva e devaneios

A gota que quebra na janela;
Translúcida e singela
Espera o ciclo novamente recomeçar,
Já que o seu destino é selado.
E nada fica ao acaso.

Então ela fascina e inspira a prosa;
Pois ela é imprevisível e impetuosa.

Seu beijo frio lambe a minha pele
Em seu ritmo copioso
Que me faz divagar em devaneios que...
... Levam a outros, e outros;

Devanear.


Daiana Michaelsen Mergener

terça-feira, 17 de junho de 2014

Intenso

A música faz meu corpo 
- vibrar - 
As cores piscam 
e os desenhos abstratos confundem;
 Tudo muda  
de lugar.
Não consigo prestar atenção.
Palavras não fazem mais sentido,
apenas a beleza
- do luar - 
Que luar?

Tudo é tão intenso que 
a minha mente fica embaralhada.
Ainda posso dançar
- gargalhar - 
Perco o controle, e isso
não tem graça
Mas é tão lindo
e gostoso de tocar.
Não sei mais explicar
Só girar.
Girar.
Girar.

Daiana Michaelsen Mergener

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Abandono



Sob o prisma desta luz

o que era loucura
agora é necessidade;

Sob o prisma desta luz

o que era rotina
agora é maldade;

Sob o prisma desta luz
o que era desespero
agora é cumplicidade;

Sob o prisma desta luz
minha mente abandona
a sanidade;

Sob o prisma desta luz
a vontade é tanta
que esqueço as afinidades;

Eu morro sob o prisma desta luz.

A noite é do crime
o dia é do arrependimento.
E assim eu perco os argumentos.

Daiana Michaelsen Mergener

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Prisão



Prisão

Meu corpo é uma prisão;
Para minh’alma atormentada.
Que a todo custo quer fugir
Deste eterno ponto de interrogação;
Que insiste em me perseguir
Nesta curta jornada.

Durante a noite, sob a luz do luar;
- enquanto durmo -
A alma se liberta;
E posso, enfim, viajar.
Em outros tempos, por outros rumos;
Posso visitar outros errantes,
Aqueles que a carne não conhece, o espírito sim.
Posso abraçar aqueles que já não vejo;
E acabar por um breve momento
Com aquela velha angústia
- que não incomoda -
Porque que já faz parte de mim

Daiana Michaelsen Mergener

domingo, 14 de outubro de 2012

Nômade sem Nome





Nômade sem Nome
Peregrina e andarilha;
Capitais, oceanos e ilhas;
Lugarejos e vilarejos;
Festejos e cortejos;
Escutando um sapo a coaxar
Ou em uma festa a bailar.
Ruas desertas e tortuosas;
Ruas retas e outras sinuosas.

Enchentes de tanta gente!
Enchentes de companhias ausentes.
Por aqui e por ali;
A vida leva e traz.
Por aqui e por ali.

Acertando no erro;
E errando no acerto.
Peregrina, andarilha.
Errante, apavorante, amante;
Delirante, intolerante e errante.
Nômade sem nome.
Peregrina e andarilha.



Daiana Michaelsen Mergener

domingo, 23 de setembro de 2012

Alienação




Alienação


Alienação!
Está na televisão!

Porque preocupar-se com questões político/sociais?
Se puderem ver celebridades internacionais?
Porque acompanhar o julgamento do mensalão?
Se puder assistir Faustão?
Porque ler algum livro?
Se o BBB é exibido ao vivo?
Porque ler um jornal?
Se não preciso trocar de canal?
Porque fazer um exercício?
Se puder alimentar o vício?

Daiana Michaelsen Mergener

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Utopia




Esqueço-me da ufania;
Que soa aquela ventania.
E n'isto relembro a alegria;
Ao perceber a maestria;
Do nascer do sol que era, em demasia;

A mais pura magia.

E são nos fatos singelos, pequenos;
No clima ameno;
No som do respirar, sereno;
Que sinto prazer nos sentimentos nobres e terrenos.

Adorar, aclamar, abraçar.
Pessoas, animais, causas sociais.
Visível e invisível.
Sonhando que somos todos iguais.
Utopia que não morre jamais.




Daiana Michaelsen Mergener